terça-feira, 11 de maio de 2010

Descobertas

   No fundo da creche havia um terreno abandonado e lodoso. Foi num dia em que esse estava seco devido a longa estiagem que ouvi, pela primeira vez, o milagre de um coração bater. Antes, havia sentido com minha mão fortemente espremida entre um peito infante e uma mão macia os movimentos cardíacos de contração e descontração; nesse instante, descobri que existia um calor que era agradável. Depois peguei a mão que jazia sobre a minha e reproduzi o ato em meu peito, só que dessa vez eram três movimentos: havia também o “aperto”. A mão que se desprendeu da minha foi até minha cabeça e a colocou em meio aos seus seios verdes: ouvi uma criança travessa brincando dentro de outra.

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