O sexto sentido, como queria o filme, pode não ver gente morta, mas poderia "ouvir", se o que estamos escutando é um Doors, um Raulzito ou qualquer outro que não esteja mais entre nós e se o nosso aparelho de som
estiver suficientemente alto para afetar o vestibular, o sistema responsável pelo
nosso senso de equilíbrio, gerando aquela sensação incrível de êxtase
desequilibrado (hybris) e vertigem musical.
Mas o que é interessante
notar é como a cooperação entre o sentido da audição e o sentido do
equilíbrio podem gerar uma nova experiência sensível (falta-nos um nome
para tal experiência sensível, que eu apenas poeticamente e
sinestesicamente chamei de "êxtase desequilibrado" e "vertigem musical")
do mesmo modo como a cooperação entre o sentido do paladar e o sentido
do olfato possibilitam a experiência do aroma.