sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Da cooperação entre dois sentidos

  
  O sexto sentido, como queria o filme, pode não ver gente morta, mas poderia "ouvir", se o que estamos escutando é um Doors, um Raulzito ou qualquer outro que não esteja mais entre nós e se o nosso aparelho de som estiver suficientemente alto para afetar o vestibular, o sistema responsável pelo nosso senso de equilíbrio, gerando aquela sensação incrível de êxtase desequilibrado (hybris) e vertigem musical.
   Mas o que é interessante notar é como a cooperação entre o sentido da audição e o sentido do equilíbrio podem gerar uma nova experiência sensível (falta-nos um nome para tal experiência sensível, que eu apenas poeticamente e sinestesicamente chamei de "êxtase desequilibrado" e "vertigem musical") do mesmo modo como a cooperação entre o sentido do paladar e o sentido do olfato possibilitam a experiência do aroma.

 
Ela me perguntou: "Qual tu considera o teu maior defeito?"
Eu respondi: "Meu maior defeito é achar que meus defeitos não são defeitos, mas qualidades. Mas é graças a esse defeito que eu não escondo os meus defeitos, assumo-os todos; eu não quero ser perfeito. E assim ninguém me atinge apontando um defeito meu, eu já o assumi de antemão. Pois é, esse é meu defeito, acabei de tomá-lo como minha qualidade."
Já que eu era o assunto, e de acordo com minha egotrip, perguntei, então: "E você, qual tu acha o meu maior defeito?"
E ela respondeu: "Teu maior defeito são dois, mas se escrevem com as mesmas letras, apenas trocando a posição de duas..."
"Quais?"
"Tu é um baita de um ELITISTA, e um ETILISTA desgraçado!"