domingo, 18 de maio de 2014

Jung, Genética e Informática - uma especulação.

Na informática, quando uma função de software começa a ser muito utilizada, os engenheiros da computação imprimem os seus respectivos algoritmos nos discos rígidos, no próprio hardware. Alguns hd's são capazes de executar sistemas operacionais inteiros, apenas baseados nos circuitos, em marcas físicas - analogicamente - em lugar do sistema binário que caracteriza o sistema lógico e digital dos softwares. A teoria do inconsciente coletivo e dos arquétipos de Carl Jung sempre teve como tendão de Aquiles a crítica filosófica às ideias inatas (que remonta aos empiristas contra Descartes): ideias são abstratas, entes de pensamento, lógicas (software) e não poderiam ser herdadas junto ao material, extensional, físico (hardware), como, por exemplo, junto aos genes. Mas, numa analogia com o que já foi dito com relação a informática, não seriam as próprias ideias que seriam herdadas (inatas, portanto), mas sim os algoritmos correspondentes a essas ideias impressos no decorrer da evolução nos genes. Assim, os arquétipos não se confundiriam com as ideias que os mesmos executam. Eles estariam no mesmo nível dos instintos (algo que nenhum biólogo duvida que seja herdado geneticamente). Algo totalmente inserido na ordem causal, material e mecânica tal como a própria genética (cuja denominação "código genético" pode conduzir a equívocos, uma vez que não se trata de modo algum de "códigos" em sentido estrito, como se os genes dependessem de processos semióticos de codificação e decodificação, mas sim de pura e simples causalidade física e química).

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