Na informática, quando uma função de software começa a ser muito
utilizada, os engenheiros da computação imprimem os seus respectivos
algoritmos nos discos rígidos, no próprio hardware. Alguns hd's são
capazes de executar sistemas operacionais inteiros, apenas baseados nos
circuitos, em marcas físicas - analogicamente - em lugar do sistema
binário que caracteriza o sistema lógico
e digital dos softwares. A teoria do inconsciente coletivo e dos
arquétipos de Carl Jung sempre teve como tendão de Aquiles a crítica
filosófica às ideias inatas (que remonta aos empiristas contra
Descartes): ideias são abstratas, entes de pensamento, lógicas
(software) e não poderiam ser herdadas junto ao material, extensional,
físico (hardware), como, por exemplo, junto aos genes. Mas, numa
analogia com o que já foi dito com relação a informática, não seriam as
próprias ideias que seriam herdadas (inatas, portanto), mas sim os
algoritmos correspondentes a essas ideias impressos no decorrer da
evolução nos genes. Assim, os arquétipos não se confundiriam com as
ideias que os mesmos executam. Eles estariam no mesmo nível dos
instintos (algo que nenhum biólogo duvida que seja herdado
geneticamente). Algo totalmente inserido na ordem causal, material e
mecânica tal como a própria genética (cuja denominação "código genético"
pode conduzir a equívocos, uma vez que não se trata de modo algum de
"códigos" em sentido estrito, como se os genes dependessem de processos
semióticos de codificação e decodificação, mas sim de pura e simples
causalidade física e química).
Amor Fati
Há 11 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário